Esta página contém informações sobre a geração de registros do Android, fornece um exemplo da AIDL da biblioteca Rust, informa como chamar a Rust no código C, e fornece instruções para Interoperabilidade Rust/C++ usando CXX.
Geração de registros do Android
O exemplo a seguir mostra como registrar mensagens no logcat (no dispositivo) ou
stdout (no host).
No módulo Android.bp, adicione liblogger e liblog_rust como dependências:
rust_binary {
    name: "logging_test",
    srcs: ["src/main.rs"],
    rustlibs: [
        "liblogger",
        "liblog_rust",
    ],
}
Em seguida, na sua origem do Rust, adicione este código:
use log::{debug, error, LevelFilter};
fn main() {
    let _init_success = logger::init(
        logger::Config::default()
            .with_tag_on_device("mytag")
            .with_max_level(LevelFilter::Trace),
    );
    debug!("This is a debug message.");
    error!("Something went wrong!");
}
Ou seja, adicione as duas dependências mostradas acima (liblogger e liblog_rust),
chame o método init uma vez (você pode o chamar mais de uma vez, se necessário) e
registre as mensagens usando as macros fornecidas. Consulte a
caixa de geração de registros
para ver uma lista das possíveis opções de configuração.
A caixa de geração de registro fornece uma API para definir o que você quer registrar. Dependendo se o código está sendo executado no dispositivo ou no host (como parte de um teste do lado do host), as mensagens são registradas usando o android_logger ou o env_logger (links em inglês).
Exemplo de AIDL do Rust
Veja um exemplo no estilo "Hello World" de uso da AIDL com o Rust nesta seção.
Usando a seção Visão geral da AIDL
do Guia para desenvolvedores Android como ponto de partida, crie external/rust/binder_example/aidl/com/example/android/IRemoteService.aidl
com o conteúdo abaixo no arquivo IRemoteService.aidl:
// IRemoteService.aidl
package com.example.android;
// Declare any non-default types here with import statements
/** Example service interface */
interface IRemoteService {
    /** Request the process ID of this service, to do evil things with it. */
    int getPid();
    /**
     * Demonstrates some basic types that you can use as parameters
     * and return values in AIDL.
     */
    void basicTypes(int anInt, long aLong, boolean aBoolean, float aFloat,
            double aDouble, String aString);
}
Em seguida, no arquivo external/rust/binder_example/aidl/Android.bp, defina o módulo
aidl_interface. Você precisa ativar explicitamente o back-end do Rust porque ele
não é ativado por padrão.
aidl_interface {
    name: "com.example.android.remoteservice",
    srcs: [ "aidl/com/example/android/*.aidl", ],
    unstable: true, // Add during development until the interface is stabilized.
    backend: {
        rust: {
            // By default, the Rust backend is not enabled
            enabled: true,
        },
    },
}
O back-end da AIDL é um gerador de origem Rust. Por isso, ele opera como outros geradores de mesma
origem e produz uma biblioteca Rust. O módulo produzido dessa biblioteca pode ser
usado por outros módulos Rust como uma dependência. Como exemplo de uso da biblioteca produzida
como uma dependência, uma rust_library pode ser definida desta maneira em
external/rust/binder_example/Android.bp:
rust_library {
    name: "libmyservice",
    srcs: ["src/lib.rs"],
    crate_name: "myservice",
    rustlibs: [
        "com.example.android.remoteservice-rust",
        "libbinder_rs",
    ],
}
O formato do nome do módulo para a biblioteca gerada pela AIDL usada em rustlibs
é o nome do módulo aidl_interface seguido por -rust. Neste caso,
com.example.android.remoteservice-rust.
A interface da AIDL pode ser referenciada em src/lib.rs desta maneira:
// Note carefully the AIDL crates structure:
// * the AIDL module name: "com_example_android_remoteservice"
// * next "::aidl"
// * next the AIDL package name "::com::example::android"
// * the interface: "::IRemoteService"
// * finally, the 'BnRemoteService' and 'IRemoteService' submodules
//! This module implements the IRemoteService AIDL interface
use com_example_android_remoteservice::aidl::com::example::android::{
  IRemoteService::{BnRemoteService, IRemoteService}
};
use binder::{
    BinderFeatures, Interface, Result as BinderResult, Strong,
};
/// This struct is defined to implement IRemoteService AIDL interface.
pub struct MyService;
impl Interface for MyService {}
impl IRemoteService for MyService {
    fn getPid(&self) -> BinderResult<i32> {
        Ok(42)
    }
    fn basicTypes(&self, _: i32, _: i64, _: bool, _: f32, _: f64, _: &str) -> BinderResult<()> {
        // Do something interesting...
        Ok(())
    }
}
Por fim, inicie o serviço em um binário Rust, conforme mostrado abaixo:
use myservice::MyService;
fn main() {
    // [...]
    let my_service = MyService;
    let my_service_binder = BnRemoteService::new_binder(
        my_service,
        BinderFeatures::default(),
    );
    binder::add_service("myservice", my_service_binder.as_binder())
        .expect("Failed to register service?");
    // Does not return - spawn or perform any work you mean to do before this call.
    binder::ProcessState::join_thread_pool()
}
Exemplo de AIDL do Rust assíncrono
Nesta seção, incluímos um exemplo no estilo "Hello World" de uso da AIDL com o Rust assíncrono.
Continuando com o exemplo de RemoteService, a biblioteca de back-end gerada por AIDL
inclui interfaces assíncronas que podem ser usadas para implementar um servidor assíncrono
para a interface de AIDL RemoteService.
A interface IRemoteServiceAsyncServer do servidor assíncrono gerada pode ser
implementada da seguinte maneira:
use com_example_android_remoteservice::aidl::com::example::android::IRemoteService::{
    BnRemoteService, IRemoteServiceAsyncServer,
};
use binder::{BinderFeatures, Interface, Result as BinderResult};
/// This struct is defined to implement IRemoteServiceAsyncServer AIDL interface.
pub struct MyAsyncService;
impl Interface for MyAsyncService {}
#[async_trait]
impl IRemoteServiceAsyncServer for MyAsyncService {
    async fn getPid(&self) -> BinderResult<i32> {
        //Do something interesting...
        Ok(42)
    }
    async fn basicTypes(&self, _: i32, _: i64, _: bool, _: f32, _: f64,_: &str,) -> BinderResult<()> {
        //Do something interesting...
        Ok(())
    }
}
A implementação do servidor assíncrono pode começar assim:
#[tokio::main(flavor = "multi_thread", worker_threads = 2)]
async fn main() {
    binder::ProcessState::start_thread_pool();
    let my_service = MyAsyncService;
    let my_service_binder = BnRemoteService::new_async_binder(
        my_service,
        TokioRuntime(Handle::current()),
        BinderFeatures::default(),
    );
    binder::add_service("myservice", my_service_binder.as_binder())
        .expect("Failed to register service?");
    task::block_in_place(move || {
        binder::ProcessState::join_thread_pool();
    });
}
Observe que o
block_in_place
é necessário para sair do contexto assíncrono que permite que join_thread_pool use
block_on (links em inglês) internamente. Isso ocorre porque #[tokio::main] envolve o código
em uma chamada para block_on, e join_thread_pool pode chamar
block_on ao processar uma transação recebida. Chamar um
block_on de dentro de block_on gera pânico. Isso também pode
ser evitado criando o ambiente de execução "tokio"
manualmente (link em inglês)
em vez de usar #[tokio::main] e chamar join_thread_pool
 fora do método block_on.
Além disso, a biblioteca de back-end gerada por Rust inclui uma interface que permite
implementar um cliente assíncrono IRemoteServiceAsync para RemoteService que pode
ser realizado assim:
use com_example_android_remoteservice::aidl::com::example::android::IRemoteService::IRemoteServiceAsync;
use binder_tokio::Tokio;
#[tokio::main(flavor = "current_thread")]
async fn main() {
    let binder_service = binder_tokio::wait_for_interface::<dyn IRemoteServiceAsync<Tokio>>("myservice");
    let my_client = binder_service.await.expect("Cannot find Remote Service");
    let result = my_client.getPid().await;
    match result {
        Err(err) => panic!("Cannot get the process id from Remote Service {:?}", err),
        Ok(p_id) => println!("PID = {}", p_id),
    }
}
Chamar o Rust no código C
Este exemplo mostra como chamar o Rust do código C.
Biblioteca de exemplo do Rust
Defina o arquivo libsimple_printer em external/rust/simple_printer/libsimple_printer.rs
desta maneira:
//! A simple hello world example that can be called from C
#[no_mangle]
/// Print "Hello Rust!"
pub extern fn print_c_hello_rust() {
    println!("Hello Rust!");
}
A biblioteca Rust precisa definir cabeçalhos que os módulos C dependentes podem extrair,
portanto, defina o cabeçalho external/rust/simple_printer/simple_printer.h desta maneira:
#ifndef SIMPLE_PRINTER_H
#define SIMPLE_PRINTER_H
void print_c_hello_rust();
#endif
Defina external/rust/simple_printer/Android.bp como mostrado abaixo:
rust_ffi {
    name: "libsimple_c_printer",
    crate_name: "simple_c_printer",
    srcs: ["libsimple_c_printer.rs"],
    // Define export_include_dirs so cc_binary knows where the headers are.
    export_include_dirs: ["."],
}
Exemplo de binário C
Defina o external/rust/c_hello_rust/main.c desta maneira:
#include "simple_printer.h"
int main() {
  print_c_hello_rust();
  return 0;
}
Defina o external/rust/c_hello_rust/Android.bp desta maneira:
cc_binary {
    name: "c_hello_rust",
    srcs: ["main.c"],
    shared_libs: ["libsimple_c_printer"],
}
Por fim, chame m c_hello_rust para criar.
Interoperabilidade entre Rust e Java
A caixa jni fornece interoperabilidade entre Rust e Java na Java Native
Interface (JNI). Ela configura as definições de tipo necessárias para que o Rust produza
uma biblioteca cdylib que se conecta diretamente à JNI do Java (JNIEnv, JClass,
JString e assim por diante). Ao contrário das vinculações em C++, que executam o codegen na caixa cxx,
a interoperabilidade do Java na JNI não requer uma etapa de geração de código
durante uma criação. Por isso, ela não precisa de suporte especial para o sistema de build. O código
Java carrega a cdylib fornecida pelo Rust como qualquer outra biblioteca nativa.
Uso
O uso nos códigos Rust e Java é abordado na
documentação da caixa jni. Siga
o exemplo de Como começar (links em inglês)
disponível nela. Depois de programar src/lib.rs, volte a esta página para
aprender a criar a biblioteca com o sistema de build do Android.
Definição do build
O Java exige que a biblioteca do Rust seja fornecida como uma cdylib para que possa ser
carregada dinamicamente. Veja a definição da biblioteca do Rust no Soong:
rust_ffi_shared {
    name: "libhello_jni",
    crate_name: "hello_jni",
    srcs: ["src/lib.rs"],
    // The jni crate is required
    rustlibs: ["libjni"],
}
A biblioteca Java lista a do Rust como uma dependência required.
Isso garante que ela seja instalada no dispositivo junto à biblioteca Java, mesmo que
não seja uma dependência do tempo de build.
java_library {
        name: "libhelloworld",
        [...]
        required: ["libhellorust"]
        [...]
}
Como alternativa, se você precisar incluir a biblioteca do Rust em um arquivo
AndroidManifest.xml, adicione-a a uses_libs desta maneira:
java_library {
        name: "libhelloworld",
        [...]
        uses_libs: ["libhellorust"]
        [...]
}
Interoperabilidade entre Rust e C++ usando CXX
A caixa CXX fornece uma FFI segura entre o Rust e um subconjunto de C++. A documentação da CXX (links em inglês) dá bons exemplos de como ela funciona no geral, e sugerimos a leitura para entender a biblioteca e a maneira como ela faz a ponte entre o C++ e o Rust. O exemplo abaixo mostra o uso no Android.
Para que a CXX gere o código C++ chamado pelo Rust, defina uma genrule para
invocar a CXX e uma cc_library_static para inclusão em uma biblioteca. Se você planeja
usar C++ para chamar um código Rust ou se usa tipos compartilhados entre C++ e Rust, defina uma
segunda genrule para gerar um cabeçalho C++ com as vinculações do Rust..
cc_library_static {
    name: "libcxx_test_cpp",
    srcs: ["cxx_test.cpp"],
    generated_headers: [
        "cxx-bridge-header",
        "libcxx_test_bridge_header"
    ],
    generated_sources: ["libcxx_test_bridge_code"],
}
// Generate the C++ code that Rust calls into.
genrule {
    name: "libcxx_test_bridge_code",
    tools: ["cxxbridge"],
    cmd: "$(location cxxbridge) $(in) > $(out)",
    srcs: ["lib.rs"],
    out: ["libcxx_test_cxx_generated.cc"],
}
// Generate a C++ header containing the C++ bindings
// to the Rust exported functions in lib.rs.
genrule {
    name: "libcxx_test_bridge_header",
    tools: ["cxxbridge"],
    cmd: "$(location cxxbridge) $(in) --header > $(out)",
    srcs: ["lib.rs"],
    out: ["lib.rs.h"],
}
A ferramenta cxxbridge (link em inglês)
é usada acima para gerar o lado C++ da ponte. A biblioteca estática libcxx_test_cpp
é usada abaixo como uma dependência do executável Rust:
rust_binary {
    name: "cxx_test",
    srcs: ["lib.rs"],
    rustlibs: ["libcxx"],
    static_libs: ["libcxx_test_cpp"],
}
Nos arquivos .cpp e .hpp, defina as funções C++ como quiser,
usando os tipos de wrapper CXX (link em inglês) como preferir.
Por exemplo, uma definição cxx_test.hpp contém o seguinte:
#pragma once
#include "rust/cxx.h"
#include "lib.rs.h"
int greet(rust::Str greetee);
Enquanto cxx_test.cpp contém:
#include "cxx_test.hpp"
#include "lib.rs.h"
#include <iostream>
int greet(rust::Str greetee) {
  std::cout << "Hello, " << greetee << std::endl;
  return get_num();
}
Para usar essas definições com o Rust, defina uma ponte CXX como mostrado abaixo lib.rs:
#[cxx::bridge]
mod ffi {
    unsafe extern "C++" {
        include!("cxx_test.hpp");
        fn greet(greetee: &str) -> i32;
    }
    extern "Rust" {
        fn get_num() -> i32;
    }
}
fn main() {
    let result = ffi::greet("world");
    println!("C++ returned {}", result);
}
fn get_num() -> i32 {
    return 42;
}